Olá, corujas!
Finalmente, finalmente, finalmente! Aqui estamos nós em O Penúltimo Perigo acompanhando os Baudelaire pela penúltima vez, em sua penúltima desventura, no último lugar seguro, o Hotel Desenlace. E bem, se esse livro foi a despedida para finalmente caminharmos para O Fim e descobrir, finalmente, todos os mistérios que cercam os Baudelaire, ele não poderia ter sido mais apropriado.
Número de Páginas: 316
Editora: Seguinte
Estrelas: ★★★★
Sinopse: Quem, em prantos, seguiu as Desventuras em Série publicadas pela Companhia das Letras, vai chorar ainda mais com o 12o. e último livro antes do último livro da terrível coleção de Lemony Snicket. Nele, os órfãos Baudelaire enfrentam o odioso Conde Olaf no Hotel Desenlace, onde os horrores se sucedem: uma vilã vestida de alface, gente furtiva perambulando no porão, um relógio sinistro, um açucareiro perdido, uma lavanderia com Cerramento Supravernacular Complexo, um tribunal vendado, pessoas nobres e pérfidas no mesmo barco e um final terrivelmente surpreendente. Porém, o que contém o açucareiro, e o que é C.S.C.? Só saberemos, talvez, num igualmente misterioso 13º volume.
Sinopse: Quem, em prantos, seguiu as Desventuras em Série publicadas pela Companhia das Letras, vai chorar ainda mais com o 12o. e último livro antes do último livro da terrível coleção de Lemony Snicket. Nele, os órfãos Baudelaire enfrentam o odioso Conde Olaf no Hotel Desenlace, onde os horrores se sucedem: uma vilã vestida de alface, gente furtiva perambulando no porão, um relógio sinistro, um açucareiro perdido, uma lavanderia com Cerramento Supravernacular Complexo, um tribunal vendado, pessoas nobres e pérfidas no mesmo barco e um final terrivelmente surpreendente. Porém, o que contém o açucareiro, e o que é C.S.C.? Só saberemos, talvez, num igualmente misterioso 13º volume.
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Depois de entrarem no táxi da desconhecida que se identifica como Kit Snicket (eu nem sabia que tinha um terceiro Snicket!) os Baudelaire vão parar no Hotel Desenlace, um hotel bizarramente projetado para refletir perfeitamente no lago, fazendo parecer que ele está na verdade no plano do chão. Durante um piquenique Kit entrega uma missão aos órfãos: disfarçados como funcionários do hotel, eles irão observar tudo e todos. Os Baudelaire precisam garantir que o açucareiro chegue nas mãos certas e devem mandar um sinal pelo céu se as coisas derem errado e a reunião de C.S.C., marcada para quinta-feira não puder ocorrer. Kit informa aos três que Ernest, um aliado, irá recebê-los e que eles devem ter cuidado pois o irmão gêmeo de Ernest, Frank, é um vilão. Mas Kit garante, apesar de serem gêmeos idênticos, os Baudelaire irão reconhecer o que é bom e o que é vilão apenas observando.
"A partir daquele momento nossa história foi uma longa, apavorante educação nos perversos caminhos do mundo e nos misteriosos segredos escondidos em todo canto." Pág 255
"A partir daquele momento nossa história foi uma longa, apavorante educação nos perversos caminhos do mundo e nos misteriosos segredos escondidos em todo canto." Pág 255
O estranho Hotel Desenlace é peculiar por dentro e por fora, ele é organizado de acordo com o Sistema Decimal Dewey - um sistema utilizado na organização bibliotecas. Logo os órfãos começam a desempenhar suas funções e precisam se separar, Frank, ou talvez seja Ernest, aparece para os três mas nem Sunny, nem Klaus, nem Violet sabem distinguir um do outro, e o mais intrigante é que aparaceu um gêmeo para cada irmão. Como dois gêmeos podem estar em três lugres ao mesmo tempo? Os irmãos Baudelaire terão a resposta para algumas perguntas, porém a cada pergunta respondida surgem várias a serem respondidas. No Hotel Desenlace as coisas não vão ser melhores do que foram antes, mais uma vez os Baudelaire serão decepcionados, mais uma vez Olaf provocará infortúnios na vida dos irmãos e eles se verão questionando se acabaram se tornando como o homem de que tanto tentaram escapar.
Esse foi o melhor livro até agora, foi como uma despedida para o gran finale, todos os personagens anteriores reunidos, deu uma sensação de nostalgia, relembramos todas as desventuras anteriores. Acho que foi também um dos mais tristes, uns tutores tentam ajudar os Baudelaire mas mais uma vez eles são desapontados e acho que a compreensão de que estão, estiveram e sempre estarão sozinhos é uma das coisas mais tristes.
Fazemos mais descobertas mas ainda está longe de solucionar todos os mistérios. Aqui é como se os três irmãos finalmente fizessem parte de C.S.C., eles se disfarçam, espionam, tem uma missão e realizam atos questionáveis. A maturidade dos Baudelaire é reafirmada, a própria Kit diz que eles não são as crianças de antes. Mais do que nunca os Baudelaire se questionam sobre suas ações, temendo terem se tornado pérfidos como Olaf, temendo terem ultrapassado o limiar entre bem e mal.
"Tínhamos boas razões", disse Violet, "mas ainda assim fizemos coisas más.""Queremos ser nobres", disse Klaus, "mas tivemos de ser pérfidos." Pág 304
Lemony Snicket volta a ironizar a sociedade através de cenas grotescas. Há um julgamento onde os Baudelaire e Olaf são réus, acontece que o julgamento se torna uma cena ridícula quando levam ao pé da letra que a justiça deve ser cega (nesse caso seria no sentido de imparcial). E todos sabemos que a justiça muitas vezes é cega, o pior é que sempre no momento que os convém. Outra coisa no livro que me fez refletir é que os Baudelaire tiveram que julgar se as pessoas eram boas ou más apenas as observando. Nós fazemos isso todos os dias, o tempo todo, e quantas vezes julgamos errado, não é mesmo?
A decisão de confiar ou não em uma pessoa é como decidir se você vai subir numa árvore ou não, porque você poderá talvez ter uma vista maravilhosa do último galho, ou então acabará simplesmente todo coberto de seiva, e por essa razão muitas pessoas preferem ficar o tempo todo sozinhas dentro de casa, onde é mais difícil se machucar com farpas de madeira. Pág 21
Afinal, eu acabei me apegando aos Baudelaire. Estou ansiosa para responder as perguntas restantes, encaixar as últimas peças do quebra-cabeça. Vamos ver o que O Fim nos reserva. Ah agora eu tenho um volume favorito: O Penúltimo Perigo.
Para Beatrice -
Ninguém conseguiu extinguir o fogo
do meu amor, nem o da sua casa.
Esse foi o melhor livro até agora, foi como uma despedida para o gran finale, todos os personagens anteriores reunidos, deu uma sensação de nostalgia, relembramos todas as desventuras anteriores. Acho que foi também um dos mais tristes, uns tutores tentam ajudar os Baudelaire mas mais uma vez eles são desapontados e acho que a compreensão de que estão, estiveram e sempre estarão sozinhos é uma das coisas mais tristes.
Fazemos mais descobertas mas ainda está longe de solucionar todos os mistérios. Aqui é como se os três irmãos finalmente fizessem parte de C.S.C., eles se disfarçam, espionam, tem uma missão e realizam atos questionáveis. A maturidade dos Baudelaire é reafirmada, a própria Kit diz que eles não são as crianças de antes. Mais do que nunca os Baudelaire se questionam sobre suas ações, temendo terem se tornado pérfidos como Olaf, temendo terem ultrapassado o limiar entre bem e mal.
"Tínhamos boas razões", disse Violet, "mas ainda assim fizemos coisas más.""Queremos ser nobres", disse Klaus, "mas tivemos de ser pérfidos." Pág 304
Lemony Snicket volta a ironizar a sociedade através de cenas grotescas. Há um julgamento onde os Baudelaire e Olaf são réus, acontece que o julgamento se torna uma cena ridícula quando levam ao pé da letra que a justiça deve ser cega (nesse caso seria no sentido de imparcial). E todos sabemos que a justiça muitas vezes é cega, o pior é que sempre no momento que os convém. Outra coisa no livro que me fez refletir é que os Baudelaire tiveram que julgar se as pessoas eram boas ou más apenas as observando. Nós fazemos isso todos os dias, o tempo todo, e quantas vezes julgamos errado, não é mesmo?
A decisão de confiar ou não em uma pessoa é como decidir se você vai subir numa árvore ou não, porque você poderá talvez ter uma vista maravilhosa do último galho, ou então acabará simplesmente todo coberto de seiva, e por essa razão muitas pessoas preferem ficar o tempo todo sozinhas dentro de casa, onde é mais difícil se machucar com farpas de madeira. Pág 21