Resenha: Desventuras em Série - O Espetáculo Carnívoro, de Lemony Snicket

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Olá, corujas!

Senhoras e senhores, ladys and gentlemans, aqui estamos nós para mais uma parte da terrível saga de desventuras dos nossos bravos órfãos Baudelaire. Dessa vez o pano de fundo da história é um circo, com direito a aberrações, uma vidente falsa, leões famintos e um público medíocre. Peguem suas pipocas, acomodem-se e preparem os corações pois a mais perigosa e reveladora aventura dos Baudelaire está prestes a começar.

Nome: Desventuras em Série - O Espetáculo Carnívoro (#9)
Autor: Lemony Snicket
Número de Páginas: 235
Editora: Seguinte
Estrelas: 
Sinopse: No princípio de mais um episódio funesto de suas penosas existências, Violet, Klaus e Sunny Baudelaire se encontram no porta-malas de um carro preto. Qualquer pessoa que não seja um pacote ou uma mala preferiria viajar confortavelmente instalado no banco do passageiro, mas os órfãos Baudelaire não têm escolha.

Quando refugiaram-se no bagageiro desse carro sinistro, eles escapavam de uma situação ainda pior. As três crianças encontram-se na "barriga da fera", o que vale dizer que estão numa enrascada. Ao volante do automóvel está o ganancioso Conde Olaf, um vilão traiçoeiro que, desde que os Baudelaire perderam os pais num incêndio, vem perseguindo os três com o objetivo de se apossar da fortuna herdada por eles. Até aqui, felizmente, ele foi mal-sucedido.

Além de se safar dessa armadilha, em O espetáculo carnívoro Violet, Klaus e Sunny Baudelaire terão de escapar do Parque Caligari e enfrentar uma multidão indócil. Tudo isso para tentar localizar o dossiê Snicket e decifrar a sigla C.S.C., que pode confirmar se um dos pais das crianças realmente sobreviveu ao terrível incêndio.

Pseudônimo do escritor Daniel Handler, Lemony Snicket se tornou um fenômeno editorial em todo o mundo. Snicket homenageia Edgar Allan Poe e Charles Baudelaire, pais da literatura de mistério e da poesia simbolista, subvertendo os padrões bem comportados da literatura infanto-juvenil para compor uma saga engraçada e arrepiante.

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Depois de fugirem de um hospital em chamas no porta-malas do carro do Conde Olaf, as crianças acabam sendo conduzidas a um circo instalado no meio do deserto, o Parque Caligari. É lá que os três irmãos conhecem Madame Lulu, uma vidente que aparentemente consegue prever o destino dos Baudelaire, sempre ajudando o Conde Olaf e sua trupe a achar os órfãos. Agora, Olaf vai até madame Lulu para descobrir se algum dos Baudelaire pais está realmente vivo e saber o paradeiro do Dossiê Snicket. Porém, a bola de cristal de Madame Lulu só pode ser usada pela manhã, quando se pode fazer apenas uma pergunta. O pérfido vilão decide então permanecer no parque até que todas as suas perguntas sejam respondidas, os Baudelaire também veem aí uma ótima oportunidade de obter respostas.

Largados sozinhos no meio do deserto com Olaf e seus comparsas, os Baudelaire não tem para onde correr, não há nenhum lugar para se esconder. Então eles decidem recorrer a única opção que lhes resta, aquilo que sempre ajudou Olaf: disfarces. Disfarçados de aberrações, Klaus, Violet e Sunny conseguem ser empregados por  Madame Lulu na Casa dos Monstros, onde eles se apresentarão junto a outras aberrações. Agora Klaus e Violet são Beverly-Elliot, a aberração de duas cabeças, e Sunny é Chabo, a Bebê-Lobo.
Caminhando do modo mais bizarro que podiam os órfãos Baudelaire foram se aproximando daqueles olhos, e se afastando cada vez mais de suas vidas. Pág 47
Logo as suspeitas dos Baudelaire acabam sendo confirmadas, Madame Lulu é uma farsa, a bola de cristal não passa de uma série de dispositivos mecânicos e as informações todas vem de uma biblioteca de arquivos que ela mantém embaixo da mesa. Mas não é apenas a falsa vidente que é desmascarada, ela também acaba flagrando os Baudelaire e descobrindo seus disfarces. É quando uma coisa inesperada acontece: ao ser confrontada pelas crianças a vidente simplesmente começa a chorar e confessar quem ela realmente é. Assim tem-se início uma série de descobertas sobre o verdadeiro C.S.C. e o possível paradeiro do Baudelaire pai sobrevivente, se é que alguém realmente sobreviveu.

Olívia, a falsa vidente, promete fugir com os Baudelaire, contar toda a verdade sobre o que é C.S.C. e ajudá-los a descobrir o que aconteceu com seus pais. Só há um problema: Olívia sempre tenta ajudar todo mundo, e isso inclui o Conde Olaf, seu lema é "dê às pessoas o que elas querem", não importa se sua ajuda será usada para o bem ou para o mal. Olívia fez uma promessa, mas os Baudelaire não estão certos de que ela será capaz de cumpri-la.

Para Beatrice -
Nosso amor partiu meu coração,
e parou o seu.

Esses livros só estão ficando melhores. Já achei os Baudelaire ousados por fugirem no porta-malas do Olaf, o que dizer deles agora que estão se escondendo no mesmo lugar que o vilão, bem debaixo do nariz dele? Foi um plano arriscado e genial, assim os três podem ficar de olho em Olaf e descobrir informações úteis. Por falar em descobrir... descobertas é o que tem de sobra nesse livro, mais do que em todos os livros anteriores. Os Baudelaire estiveram realmente perto de saber a verdade completa sobre o que é C.S.C., e, apesar de não descobrirmos tudo, as informações foram bem satisfatórias. Estou curiosíssima para saber o desfecho dessa história (só faltam quatro livros! 😲). O legal é que dessa vez as crianças é que estão atrás do Olaf e elas é que tem que se disfarçar.
"Algumas pessoas são como os leões que Olaf trouxe para cá", disse Olívia. "A princípio são bons, mas antes que se dêem conta, já se transformaram em outra coisa. Aqueles leões já foram criaturas nobres. [...] Esse mundo é mesmo doido" Pág 132 
Seguindo com a linha das críticas, a da vez é ao preconceito com o que é diferente. Quando Violet, Klaus e Sunny vão trabalhar na Casa dos Monstros eles encontram outras "aberrações", Collete - uma mulher contorcionista -, Kevin - um homem ambidestro - e Hugo - um corcunda. Todos os chamam de aberrações e riem como se as peculiaridades deles fossem as coisas mais cômicas do mundo. Apesar das insistentes tentativas dos Baudelaire de convencê-los do contrário, até eles se veem assim.

O desfecho desse livro, assim como o dos anteriores, foi trágico, porém o fim desse deixa o leitor aflito e ansioso. Por quê? Um dos Baudelaire é sequestrado e os outros dois são deixados para morrer. Agora, leiam e descubram quem e como 😚
Existem momentos em que se deve esperar no mesmo lugar, e aquilo por que você procura vem até você, e existem momentos em que é preciso sair pelo mundo e encontrar alguma coisa. Pág 168

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