Resenha: Desventuras Em Série - O Hospital Hostil, de Lemony Snicket

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Olá, corujas!

Estamos próximos d'O Fim (era pra ser um trocadilho... Quem entendeu levanta a mão!!) Aqui estamos nós, ainda vivos, ainda sãos (eu espero) depois de tanta desventura. Já passamos da metade da série! Mal consigo acreditar, parecia tão longo e foi tão rápido... Em O Hospital Hostil temos uma mudança marcante no padrão da narrativa pois a partir de agora os Baudelaire estão por conta própria. Adeus Sr. Poe (que convenhamos, foi bem inútil)!! Agora nossos heroicos jovens pretendem descobrir o que aconteceu por conta própria, sem ajuda de ninguém. E nós sabemos de eles sabem se virar muito bem. Só digo que agora os Baudelaire estão vivendo perigosamente, é muita coragem para três pessoas tão jovens.

Nome: Desventuras Em Série - O Hospital Hostil (#8)
Autor: Lemony Snicket
Número de Páginas: 227
Editora: Seguinte
Estrelas: 
Sinopse: Um período especialmente infeliz se anuncia nas vidas aflitivas de Violet, Klaus e Sunny Baudelaire. Durante uma tenebrosa e exaustiva caminhada noturna, eles param diante do Armazém Geral Última Chance e decidem entrar para pedir ajuda. Eles não podem recorrer aos pais (pois os perderam num incêndio), nem à polícia (que estava entre seus perseguidores noturnos), tampouco a conhecidos (pois os irmãos têm conhecidos demais, o que é quase o mesmo que não ter nenhum).

Depois da morte dos pais no incêndio, Violet, Klaus e Sunny se vêem sob os cuidados de inúmeros tutores, alguns deles cruéis, como o ganancioso e traiçoeiro Conde Olaf, o vilão que é o verdadeiro responsável por eles estarem ali, totalmente sozinhos no meio da noite, em frente ao Armazém. Violet, Klaus e Sunny resolvem passar um telegrama para o sr. Poe, um banqueiro que fora encarregado de cuidar dos órfãos. O sr. Poe nunca se mostrou especialmente eficaz, mas pelo menos ele não era cruel, não tinha sido assassinado nem era o Conde Olaf, e essas parecem ser razões suficientes para contatá-lo.

Além de se safar de terríveis enrascadas, os Baudelaire ainda terão de suportar a estada no sinistro Hospital Heimlich e provar que não são cruéis assassinos. Esse é apenas o começo de páginas e páginas de situações desesperadoras, que contêm detalhes opressivos como um desconfiado dono de armazém, uma cirurgia desnecessária, um sistema de intercomunicadores, uma anestesia e balões em forma de coração.

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Depois de saírem foragidos de C.S.C. os Baudelaire caminham por horas pela paisagem erma, até encontrarem o primeiro edifício, o Armazém Geral Última Chance, um lugar atulhado com todo tipo de coisa. Lá os Baudelaire resolvem enviar um telegrama. Mas para quem? Nesse momento os órfãos se dão conta, mais uma vez, do quão sozinhos eles estão no mundo, o Sr. Poe, embora nunca seja de muita ajuda, é a única opção que eles tem. Temendo serem reconhecidos, os Baudelaire entram no armazém. Porém, para a sorte deles o dono ainda não recebeu a edição matinal do jornal, a que contém a foto dos três Baudelaire, acusando-os de assassinato. 
"Às vezes, a informação que você precisa não está no lugar mais óbvio." Pág. 64
Após enviarem o telegrama ao Sr. Poe os Baudelaire esperam por muito tempo por uma resposta, até que Lou chega com o jornal e eles são reconhecidos. Mais uma vez o Sr. Poe os decepciona, agora os órfãos estão por conta própria. Na tentativa de fugir do dono do armazém e seu funcionário, que acreditam que eles sejam assassinos, os três irmãos vão parar dentro da van/perua da C.S.C., os Combatentes pela Saúde do Cidadão, um grupo de voluntários que leva alegria para os doentes do Hospital Heimlich. É com alívio que os Baudelaire descobrem que os voluntários não leem jornal, pois "é muito deprimente", nem falam seus nomes, todos se tratam por "irmão" e "irmã". 

Assim, os três Baudelaire vão parar no Hospital Heimlich, e quando Babs, a diretora de Recursos Humanos do hospital, precisa de três voluntários dos Combatentes pela Saúde do Cidadão para trabalhar na Biblioteca de Registros os órfãos veem a oportunidade perfeita de descobrir quem era Jacques Snicket. Ao chegarem na biblioteca, Hal, um senhor muito idoso que trabalha lá, diz que os rostos deles lhe são familiar e as crianças entram em pânico com a ideia de serem reconhecidas. Porém, não é da notícia do jornal que Hal reconhece os Baudelaire, é de um arquivo sobre os "fogos Snicket". Ao ouvir isso as crianças começam a se questionar quais segredos esse arquivo guarda. Os Baudelaire queriam informações sobre Jaques Snicket, mas acabam encontrando muito mais. E terminam com a chama da esperança reacendida nos seus valentes corações. Porém eles precisam ter cuidado com Olaf, o que os Baudelaire procuram é o que o pérfido vilão quer destruir.

Para Beatrice -
O verão sem você é frio como o inverno
O inverno sem você é mais frio ainda

Como eu já disse, esses Baudelaire estão vivendo muito perigosamente agora. Eles são foragidos da polícia e ficam perambulando por aí, embora tenham plena consciência de que podem ser pegos, andam disfarçados bem debaixo do nariz de Olaf e no final ainda pegam carona com o vilão para fugir. Só posso dizer uma coisa sobre isso:

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Eu acho o Sr. Poe cada vez mais um banana (parece xingamento de criança da quarta série 😂). Céus! O cara não ajuda em nada. Como ele não responde o telegrama as crianças acabam partindo sem nenhuma ajuda. Imaginem aí: três crianças soltas no mundo com uma pessoa bem perversa e determinada atrás. Pois é...
"Não é preciso coragem para matar alguém", disse Klaus. É preciso uma carência severa de fibra moral." Pág. 194
Quando eles vão trabalhar na biblioteca, como não tem casa para voltar, eles acabam dormindo na parte inacabada do hospital, junto às ferramentas de obra. Eu lembrei (sim, a gente não pensa nisso o tempo todo. Triste verdade. Somos todos egoístas) que existem crianças no mundo real que vivem assim, e como os personagens do livro, não tem ninguém para cuidar delas. Isso me deixou bem triste. Para sobreviver sozinhos os Baudelaire acabam tendo que cometer alguns atos reprováveis e acabam se comparando ao Conde Olaf. É aquele momento de autocrítica e eu fiquei pensando que realmente, às vezes nossas ações podem ser bem parecidas com aquelas que nós julgamos serem ruins (não adianta dizer que não... leiam o livro e entendam). 

Nesse livro foi a vez da Violet ser feita de refém e Klaus e Sunny que tiveram que salvá-la. Olaf queria decapitar a menina!! Acho que nunca vi um vilão tão perverso, ainda mais que os Baudelaire são apenas crianças. Os dois irmãos mais novos acabam tendo que se disfarçar para enganar os capangas de Olaf e salvar Violet, durante o resgate, numa tentativa de se inocentar diante de toda uma platéia as crianças acabam é se complicando mais. No final das contas nós temos um hospital inteiro em chamas.
"Pensem em tudo a que já sobrevivemos", sussurrou Violet. "Já passamos por um sem-número de desventuras em série, e ainda continuamos sozinhos. Se um dos nossos pais sobreviveu, tudo terá valido a pena. Temos de encontrá-los, nem que seja a última coisa que façamos." Pág. 222
Os Baudelaire acabam achando os arquivos que o senhor Hal mencionou, mas infelizmente ele só tem uma página. Porém, essa única página nos proporciona uma descoberta emocionante que nos faz questionar se os Baudelaire pais estão vivos. Agora, além de descobrir o significado de C.S.C., as crianças precisam achar o resto do dossiê e descobrir se os pais estão vivos. Diferente dos anteriores, esse livro assume um clima de investigação e parece que daqui pra frente a coisa vai ficar muito mais intrigante.

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