Resenha: O Sorriso da Hiena, Gustavo Ávila

by - 09:16:00

Olá, corujas!

A resenha de hoje é super especial porque é de um autor brasileiro. Adoro descobrir livros de autores nacionais. Esse livro eu descobri no Instagram, muitas pessoas estavam fazendo parceria com esse autor e todo mundo falava bem do livro (depois de ler me perguntei o quanto disso era verdadeiro). Além disso as pessoas descreviam o livro de um jeito que me deixava curiosa, agora entendo bem o porquê. Não sei bem como fazer uma resenha desse livro, mas vou tentar...

Nome: O Sorriso Da Hiena
Autor: Gustavo Ávila
Número de Páginas: 304
Editora: Verus
Estrelas: 
Sinopse: Atormentado por achar que não faz o suficiente para tornar o mundo um lugar melhor, William, um respeitável psicólogo infantil, tem a chance de realizar um estudo que pode ajudar a entender o desenvolvimento da maldade humana. Porém, a proposta feita pelo misterioso David coloca o psicólogo diante de um complexo dilema moral. 

Para saber se é uma pessoa má por ter presenciado o brutal assassinato dos seus pais quando tinha apenas oito anos, David planeja repetir com outras famílias o mesmo que aconteceu com a dele, dando a William a chance de acompanhar o crescimento das crianças órfãs e descobrir a influência desse trauma na vida delas. Até onde ele será capaz de ir? É possível justificar um ato de crueldade quando, por trás dele, há a intenção de fazer o bem?


Uma série de assassinatos cruéis. Cinco famílias destroçadas. O crime perfeito.

A história é sobre uma série de assassinatos cruéis que a polícia tenta desesperadamente solucionar. São cinco famílias vitimadas, todos os assassinatos aconteceram do mesmo jeito. Pai e mãe são amarrados de frente para o filho que assiste enquanto o pai tem a língua arrancada e morre engasgado com o próprio sangue e a mãe leva um tiro na cabeça. O que as vítimas tem em comum? Todas as crianças têm 8 anos, só isso. Por quê? O assassino tem uma dúvida: as experiências vividas na infância são capazes de influenciar a formação de uma pessoa e torná-la um monstro?

Sem pistas e como únicas testemunhas as crianças, o assassino comete sempre o crime perfeito. As poucas pistas que a polícia consegue reunir não são suficientes. O assassino é esperto, ele consegue inclusive manipular a polícia para conseguir o que quer. 

As crianças que foram vítimas são enviadas pela polícia para William, um reconhecido psicólogo. Logo no início William recebe um estranho email. O assassino está contatando-o, propondo-lhe uma oferta tentadora demais para ser recusada. É loucura, ele sabe, porém a proposta  lhe parece cada vez mais aceitável, normal. O assassino fará mais vítimas para que William possa terminar os estudos para concluir sua brilhante tese. Em vez de alertar a polícia William aceita, mal sabendo ele que aquele seria um pacto com o próprio diabo.

Basta a vida acertar no lugar certo para despertar o pior em qualquer pessoa.

Eu poderia contar um pouco mais da história mas isso pode matar a sede do leitor pelo livro. Só digo uma coisa: está tudo interligado. 

A história tem três personagens cruciais: Artur (notei a ausência do H e bati palminhas para o autor por ter deixado o nome bem simples e brasileiro) que é o o detetive, William - o psicólogo, e David - o assassino. Sobre os personagens posso dizer que amei o Artur. Ele tem Síndrome de Asperger e por isso é extremamente sincero, tem dificuldade de interpretar pessoas e mais dificuldade ainda de interagir socialmente. Porém, ele é o melhor no que faz. O William... caramba... esse personagem me fez refletir sobre como a ambição humana pode levar as pessoas ao fim do poço, sobre tudo que uma pessoa pode fazer por ego. E o assassino... brilhante e cruel.

A paciência é a característica mais perigosa que um inimigo pode ter.

Durante todo o livro me senti ávida pelo desfecho. Eu queria que a polícia passasse logo a frente do assassino e que aquilo pudesse ser solucionado. O jeito como o autor descreve as ações do assassino em algumas partes chega a assustar, tamanha a crueldade. O que me impressionou muito foram as ações do William, ele tinha uma vida perfeita. Uma mulher que ele amava, um emprego que ele amava e reconhecimento. Mas de repente ele deixou o amor pelo trabalho superar tudo e arruinar tudo. Foi tocante. Fiquei faminta, super ansiosa pelo fim do livro, que foi chocante e surpreendente. Não foi bem um desfecho, como um ponto final. Porque até na última página você descobre coisas e eu fiquei um tempo assimilando tudo depois de terminar. Só uma expressão pode traduzir o final desse livro: WTF?! Terminei ele, coloquei a mão na testa e fiquei: "...". Não consigo descrever, estava meio chocada, meio surpresa, meio indignada... Foram muitos sentimentos. Confesso que no começo eu meio que odiei o livro, mas depois de "digerida" a história eu achei genial.

Não foi o fim que eu esperava (nem de longe). Isso é bom ou ruim, Andrezza? É bom e ruim. Bem, ruim porque não foi um final... convencional. E bom porque não foi um final convencional. 😂 Complexo. O livro sem dúvidas me marcou pelo final. Esse é o tipo de história que todo mundo deveria ler uma vez na vida, pelo menos. É aquele livro que você precisa de um tempo para digerir. Aquele final que você nunca esquece.

Certas coisas nunca saem de você. Certas coisas nunca se consertam.

Ah! Eu não descobri porque o título é O Sorriso da Hiena, isso é citado uma única vez no livro e não é nada relevante. Um daqueles títulos incompreensíveis...

Por Andrezza Rufino

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2 comentários

  1. Para mim o título e a cena tem uma relação importante pq é naquele momento que temos a revelação do que realmente estava se passando. Senti uma relação bem forte entre essa cena e a cena final de psicose quando Norman é focado sorrindo da janela da delegacia sabe?

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    1. Você acaba de jogar um pouco de luz na escuridão da minha compreensão desse título, obrigada haha. Infelizmente não sei, Psicose foi um filme que eu comecei a assistir e nunca terminei, apesar de ter prometido a mim mesma terminá-lo um dia

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