Resenha: A Guerra Que Mudou a Minha Vida, de Kimberly Brubaler Bradley

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Olá, corujas!

Esse livro veio em uma daquelas caixas de clube de assinatura literário e confesso que achei essa capa horrível e o título não me chamou nem um pouco a atenção. Joguei ela lá na prateleira e deixei até o dia que eu ouvi dizerem que esse era um livro para chorar. 


Esse foi um livro que me surpreendeu e me tocou muito.


Nome: A Guerra Que Mudou a Minha Vida
Autora: Kimberly Brubaler Bradley
Número de Páginas: 240
Editora: DarkSide
Estrelas: 
Sinopse: “A Guerra que Salvou a Minha Vida” é um daqueles romances que você lê com um nó no peito, sorrisos no rosto e – entre um parágrafo e outro – lagrimas nos olhos. Uma obra sobre as muitas batalhas que precisamos vencer para conquistar nosso lugar no mundo. Ada tem dez anos (ao menos é o que ela acha). 

A menina nunca saiu de casa, para não envergonhar a mãe na frente dos outros. Da janela, vê o irmão brincar, correr, pular – coisas que qualquer criança sabe fazer. Qualquer criança que não tenha nascido com um “pé torto” como o seu. Trancada num apartamento, Ada cuida da casa e do irmão sozinha, além de ter que escapar dos maus-tratos diários que sofre da mãe. Ainda bem que há uma guerra se aproximando. Os possíveis bombardeios de Hitler são a oportunidade perfeita para Ada e o caçula Jamie deixarem Londres e partirem para o interior, em busca de uma vida melhor.
● ● 
A vida de Ada se resume ao minúsculo e imundo apartamento onde moram ela, o irmão e a Mãe. A menina nunca fez amigos, nunca brincou na rua, nunca foi à escola. Tudo que ela conhece é o interior do aparatamento onde vive, sofrendo agressões e humilhações da própria mãe. A Mãe não quer que ninguém veja Ada e saibam que ela tem uma filha aleijada, com o "pé feio". É Ada quem arruma o cubículo onde eles moram, é ela quem prepara as refeições, ela que cuida do irmão. A Mãe sai para trabalhar e quando volta é para brigar, espancar Ada e enfiá-la debaixo do armário da pia, úmido e cheio de baratas. Os momentos felizes de Ada são quando ela se senta na cadeira na janela e acena para as pessoas na rua, que acham que ela é retardada. Ela é apenas uma criança de 11 anos.

A vida de Ada muda quando a guerra está para começar e as crianças tem que ser evacuadas para o interior por causa das bombas. É Jamie, o irmãozinho de Ada, que traz a notícia: a escola vai levar todas as crianças para o campo. Jamie pode ir, Ada não, diz a mãe. No entanto, ela não pode se separar do seu irmão, ele é tudo para ela. Assim Ada e o irmão fogem de casa e vão para a escola, ser evacuados junto com as outras crianças.

Ninguém quer hospedar Ada e Jamie, eles são sujos e fedorentos, então acabam sendo levados à casa de Susan Smith, ela não os quer e as crianças temem ter que voltar, porém, quando Ada põe os olhos em um pônei cor de caramelo ela sabe que é ali que ela quer viver, não importa que não a queiram, ela pode cuidar dela e de Jamie, afinal ela fez isso a vida toda.

Tanto Ada quanto Susan são pessoas com feridas abertas e juntas elas aprenderão a amar e confiar novamente.

"O que é liberdade?", perguntei, enquanto a Srta. Smith e eu caminhávamos.

Só de contar a história eu sinto uma imensa dor e tristeza, quantas crianças nascem e morrem sendo maltratadas assim, sem ninguém por elas? É muito triste ver o jeito como a mãe da Ada bate nela, e a agride psicologicamente, a menina não sabe o nome da própria mãe, nem quem foi o pai e nem quantos anos ela mesma tem. É de cortar o coração quando Ada consegue fugir e faz perguntas do tipo: o que é grama? ou quando a Susan vai tocar nela e ela se encolhe toca achando que vai apanhar.

"Vou poder me livrar de vocês sem pagar nada?"
Eu assenti.
Ela abriu um sorriso. O sorriso-de enfiar-Ada-no-armário. "E isso é garantido?"
Por toda a minha vida eu me lembraria dessas palavras.
"Sim."

A Ada é uma menina muito fechada e cabeça dura, ela pensa sempre o pior das coisas - certamente por causa do tratamento que recebia da mãe - e isso dificulta muito o relacionamento dela com a Susan, que perdeu uma pessoa muito importante e desde então vive anestesiada pela dor e pelo luto, só quando as crianças chegam ela é obrigada a acordar para a vida.

Dei amão a ela. Um novo e desconhecido sentimento me preencheu. Parecia o mar, a luz do sol, os cavalos. Parecia amor. Vasculhei minhas ideias e encontrei o nome. Felicidade.

As crianças levavam uma vida tão cheia de privações que eles ficam maravilhados com tudo que veem, acham a Susan rica, mas na verdade ela leva apenas uma vida com o conforto básico. É emocionante demais ver como a Ada e o Jamie vão melhorando convivendo com a Susan, e como a própria Susan supera a dor aos poucos. Juntos os personagens evoluem muito e é muito bonito ver isso. Um livro extremamente tocante e que merece ser lido.

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