Resenha: Guia Politicamente Incorreto do Sexo, Luiz Felipe Pondé (+18)

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Olá, corujas!

Quando alguém me perguntar “Livro que todo mundo deveria ler?” eu já sei a resposta: Guia Politicamente Incorreto do Sexo. Quando vi o título desse livro fiquei morta de curiosidade, tive que baixar o livro na hora. Sempre que vejo alguma matéria sobre o assunto elas são tão sem presença de espírito que parecem terem sido escritas por um robô, são apenas uma série de regras sobre como agir despejadas sobre o leitor. Já os livros do assunto são historinhas que passam longe da verdade (sim, eles são bons em alguns casos, eu seei). Mas o Guia Politicamente Incorreto do Sexo não se encaixa em nenhum dos dois casos.

Nome: Guia Politicamente Incorreto do Sexo
Autora: Luiz Felipe Pondé
Número de Páginas: 228
Editora: Leya
Estrelas: 
Sinopse: Provavelmente, o “Guia Politicamente Incorreto do Sexo” será o mais polêmico de todos os guias da série publicado até o momento.
Nele, Luiz Felipe Pondé mergulha num terreno delicado do comportamento humano: a vida sexual. “O politicamente correto provoca um estrago em nossa vida sexual e afetiva, transformando-a num inferno maior do que já é, e nos impondo agendas políticas que são desejadas por uma minoria de pessoas mal-amadas. A praga do politicamente correto destrói, no campo do sexo e do afeto, uma miríade de relações microscópicas construídas ao longo de milhares de anos entre homens e mulheres a fim de dar conta dessa insustentável paixão que um tem pelo outro, seja nas suas formas legítimas, como casamento e família, seja nas suas formas ilegítimas, como o adultério e os segredos de alcova.” L.F.Pondé.






[...] os medievais entendiam muito melhor de mulher do que nós, não por conta da excessiva culpa que atribuíam a elas, mas pelo reconhecimento de que o desejo feminino desordena deliciosamente o mundo e, por isso, a civilização está sempre atenta a ele, esse motor da dissolução do caráter de qualquer homem. A mulher decente é ótima para janta. A indecente vale um jantar. E diamantes.

Esse livro é mais um da coleção Guia Politicamente Incorreto (Guia politicamente Incorreto do Futebol, Guia Politicamente Incorreto da Filosofia...). O livro é todo escrito em aforismos (textos concisos com uma mensagem no final) e isso significa capítulo curtos e enrolação zero, o que deixa a leitura fácil e rápida, é um livro bem curtinho também. O autor traz à tona coisas que todos pensamos mas poucos tem a coragem de verbalizar. Inconscientemente, eu dividi o livro em duas partes, a primeira (minha favorita) é aquela que o autor aborda o sexo relacionando-o a mulher (na maioria das vezes), tratando-a como um objeto de desejo e um ser cercado de tabus e regras, e a segunda é aquela que o autor aborda o sexo de maneira mais geral, relacionando-o a gênero de uma forma mais politizada.
O desejo pela mulher é, e sempre foi, um pilar da história humana. A fantasia de tê-la como objeto sexual move o mundo. Por isso, sempre digo que entre as pernas das mulheres se encontram segredos essenciais para a alma masculina e para o mundo como um todo. Infeliz aquele que nunca provou seu gosto.
Eu simplesmente amei essa primeira parte do livro, eu dava umas risadas do tipo “não acredito que ele escreveu isso, é exatamente assim! Todo mundo precisa ler isso!". Adorei a quantidade de verdades que o autor apresenta. Não senti como se estivesse lendo uma matéria de revista, um conjunto de dicas inalcançáveis, um texto científico, estava mais para uma conversa com alguém que sabia do que estava falando. Tanto que não estava alheio as críticas que poderiam surgir, deixando isso bem claro nos textos. Eu fiquei fascinada pelo ponto de vista e as opiniões do autor.

Ao longo do texto alguns assuntos polêmicos são abordados, como por exemplo defender que a mulher pode sim ser objeto, acusar as instituições de ensino de mudarem a mente das pessoas, destruindo assim a relação homem-mulher e abordar a "emancipação masculina" [direito que um pai tem de não reconhecer o filho (eu sei, direito nenhum)]. Mas calma lá. Não foi um monte de baboseira, só cheguei a discordar dele no quesito escolas e faculdades. Achei um pouco exagerado.
O mundo chegará lá [emancipação masculina] porque um dia os melhores homens, aqueles que ainda se preocupam com suas mulheres e filhos, perceberão que não recebem nenhuma reverência maior por isso. E, além de tudo, sexo e mulher (principalmente, mais jovem) nunca faltou para quem tem grana para gastar e não tem uma alma exigente.
Na segunda parte o autor começa a falar do sexo por um lado mais... “político”. Coisa que ele tanto critica na primeira parte do livro. Mas espere, não é controverso. Talvez um pouco, ok... São abordados assuntos como a disputa dos sexos e como as mulheres lutam por direitos iguais e desejam ser independentes e autossuficientes, mas o que todas querem é um cara que pague a conta e as banque (VERDADE! Independência e autossuficiência é bom mas nada como um cara que pague a conta... haha). Até alguns filósofos chegam a ser citados. Essa parte fala mais sobre comportamento e nesse ponto o texto assume um caráter distópico, desferindo terríveis profecias sobre como serão as relações entre homens e mulheres, chegando a afirmar que existirão museus do sexo, pois isso será uma coisa que todo mundo falará que faz mas ninguém realmente fará.
Pagar a conta é um ato erótico. A recusa de que o homem pague a conta é a negação objetiva de qualquer expectativa de erotismo numa relação: se ela recusar, terminantemente, que você pague a conta, esqueça, cara. Quando ela está a fim, o jantar é o movimento imediatamente anterior ao beijo na boca e a mão entre as pernas. [...] se a mulher não quer dar esperança ao cara, ela divide a conta; se ela quer, ela aceita que ele pague. Simples assim.
Àqueles que tratam o sexo dentro das “regras”, sempre seguindo o que a sociedade impõe e nunca ouvindo seus impulsos e desejos mais profundos o autor atribui o nome de chatinhos e chatinhas (é assim que ele se refere a esse tipo de gente o livro todo, achei engraçado. É como um sarcasmo desdenhoso). Achei que o autor conseguiu compreender a essência de uma mulher (PALMAS! São poucos que o fazem).
Uma das coisas mais difíceis numa mulher é saber o que ela quer. Todo mundo sabe disso, a começar por ela. Se você dá tudo, ela se entedia; se você não dá nada, você é um fraco. Mais fácil esclarecer a física quântica do que o desejo da mulher.
No livro ainda entram assuntos como a prostituição, e a escrita do Marques de Sade (coisa que despertou minha curiosidade para tal literatura). Vi uma crítica dizendo que o autor do livro tem uma visão puramente machista, por abordar o homem como um ser movido a sexo. Não achei que ele estava sendo machista, achei que ele estava sendo realista. Eu super recomendo o livro, amei. E para fechar, o que é ser politicamente incorreto no sexo, por Luiz Felipe Pondé:
Ser politicamente incorreto no sexo não é ser grosso, estúpido, machão ou insensível. É saber que, no fundo, toda mulher sonha que alguém a banque, no tesão, na grana, no sonho, na vontade que ela tem de ficar de quatro.

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