A Coruja Literária

Durante três livros acompanhamos America Singer e Maxon Schreave, 20 anos se passaram e agora eles governam Illéa juntos, são uma família grande e feliz. Ou pelo menos tentam ser, pois os problemas em Illéa não param de crescer. A abolição das castas deveria tornam tudo melhor, as pessoas não precisariam se preocupar com rótulos ou serem limitadas por eles, porém não foi o que aconteceu. Rebeliões começam a surgir de todos os lados, o povo está descontente. Do amor de Maxon e America nasceram Ohen, X e os gêmeos Ahen e Eadlyn. Eadlyn Schreave é a herdeira ao trono, por apenas sete minutos de diferença foi ela quem herdou a coroa. Ela sente um profundo ódio desses míseros sete minutos, que colocaram o peso de uma nação sobre suas costas e o fardo de uma coroa sobre sua cabeça. 

Com rebeliões surgindo de todos os lados Maxon não sabe mais o que fazer, então ele tem a ideia de criar uma nova seleção. É perfeito! Eadlyan precisa mesmo arranjar alguém para governar ao seu lado, afinal, em breve ela assumirá o trono, e uma Seleção seria a distração perfeita. A ideia seria perfeita se não fosse pelo fato de Eadlyan abominá-la. A futura rainha é uma mulher independente e que preza muito por sua liberdade, a última coisa que ela quer são 35 estranhos invadindo seu lar. Mas o fardo da coroa tem exaurido seu amado pai, é visível que ele não governará por muito mais tempo. Se aturar 35 estranhos é o que ela precisa fazer para aliviar o pai, ela fará. 

Bem, muita gente odiou a Eadlyn. Não vi nenhum comentário mais ameno sobre ela, todos a condenaram. A Eadlyn já aceita entrar na Seleção com uma lista de atitudes que farão os Selecionados desistirem (de verdade, ela tem uma lista). É incrível como ela parece sempre fazer tudo errado na Seleção, tudo o que ela faz tem repercussão negativa. Eadlyn é fria e distante. Mas calma lá! Tudo tem um motivo. Ela foi educada para ser uma rainha, uma mulher forte, independente, poderosa. E por isso ela mantém todo mundo afastado, Eadlyn acredita que permitir que alguém se aproxime e conheça como ela realmente é seja uma fraqueza. Por isso ela sempre afasta todo mundo sendo arrogante e soberba. Eadlyn não é piedosa, não importa em quantas cabeças ela precise pisar para chegar onde ela quer, ela pisará sem pensar duas vezes. É por isso que a Seleção não dá muito certo no começo. Ninguém quer ver uma rainha impiedosa, todos querem ver uma princesa apaixonada, e até ela perceber isso muitas coisas já aconteceram. Apesar de ser como ela é, Eadlyn é uma pessoa sensível, dói para ela saber que até seus irmãos a veem como alguém egoísta e ruim. Não odiei a Eadlyn, acho que é o jeito dela, ela não percebe o quão ruim ela está sendo até a Seleção. 

Em certo sentido a Seleção dela é parecida com a dos pais. A America só ficou pela comida e a Eadlyn só aceitou fazer a Seleção pelo pai, assim como a mãe, ela não deu importância a Seleção, mas depois isso muda.

Ao ir conhecendo os garotos Eadlyn percebe que manter as pessoas por perto não é fraqueza, é força. Mesmo contra sua vontade e embora ela relute em assumir para si mesma, ela fica cada vez mais envolvida. Achei bem legal acompanhar o crescimento pessoal da personagem. 

Uma coisa que os pais da Eadlyn sempre ressaltam é que todo mundo quer ver a princesa apaixonada, e com os leitores também é assim. Eu vibrei toda vez que ela se envolveu mais intimamente com alguém. Uma coisa que eu adorei é que nesse quarto livro nós temos notícias de personagens dos livros anteriores. A Marlee mora no castelo junto com a família real e ela teve filhos, que Eadlyn meio que odeia, o filho da Marlee acaba indo parar na Seleção, misteriosamente por sinal. Nesse livro acabamos sabendo que houve uma morte na família da America, que me deixou bem triste por sinal. 

O final do livro tem uns acontecimentos e umas revelações que te deixam ansioso para o próximo. Eu amei o livro, como os outros, e adorei a Eadlyn também (não a odeiem, ela é um pouco mimada sim, mas ela é a princesa. A realidade dela é diferente, ela cresceu assim). Aguardo ansiosamente A Coroa.

Olá, corujas! 

Na resenha de hoje eu vou falar de Zoo, do James Patterson. Eu queria ler alguma coisa do autor e durante as minhas buscas achei Zoo, a sinopse do livro me cativou e eu tive que ler. Já vou adiantando que o livro superou minhas expectativas. Vamos à resenha:

Jackson Oz era um aluno de doutorado da Universidade de Columbia com um futuro brilhante, mas as coisas começaram a desandar e sua vida entrou em declínio quando ele começou a ver e defender algo que todos os outros pareciam ignorar. O CAH – Conflito entre Animais e Humanos.

Fora do seu doutorado, atolado em dívidas e morando num apartamento barulhento e mal localizado, é assim que Oz vive agora. Todos o chamaram de louco, riram dele, mas Oz se manteve firme a sua teoria de CAH, determinado a provar ao mundo que ele estava certo. Não que ele ficasse feliz com isso. Oz está entre a cruz e a espada, provar ao mundo que está certo e admitir a possibilidade de que o fim está próximo ou desistir de tudo, estar errado, e ser taxado como louco. Nós últimos anos, os ataques de animais a humanos cresceram assustadoramente. Ele sabe que está certo. Todos os fatores gritam “CAH!!!!!!!”.

Oz vê sua chance de ouro de abrir os olhos do mundo quando um amigo, Abraham Bindix, o homem dos leões, entra em contato com ele dizendo que, afinal, ele não estava louco. Um vilarejo africano havia sido totalmente dizimado por leões. Leões não atacam vilarejos, muito menos dizimam-nos. Ávido por provar a veracidade do CAH, Oz parte para Botsuana, África. Chegando lá, Abe leva Oz primeiro para uma reserva onde seu irmão trabalha. Há alguns dias ele não faz contato. O acampamento está vazio, ninguém recebe o avião quando eles chegam. Preocupados, eles adentram a mata e o improvável acontece. São atacados por leões, um grupo com cerca de 20 leões. Todos machos. Tudo está errado, leões não atacam, muito menos os machos, são as leoas que caçam, os grupos nunca tem mais de três ou quatro leões machos, dirá 20. Leões nunca nadam atrás da presa, seu corpo, pesado e musculoso, não favorece a atividade. E leões nunca, nunca, arrastam sua presa para outro lugar, eles se alimentam onde matam. Tudo isso acontece é Oz sabe, tem algo de muito errado com os animais. Abe não sobrevive mas Oz consegue se safar e melhor, ele gravou o ataque. Em sua fuga, Oz encontra e salva Chloe de ser devorada por crocodilos. Juntos eles tentarão alertar o mundo da terrível ameaça que eles estão enfrentando sem ao menos perceber.

Cinco anos depois o CAH volta com força total. Todos os mamíferos são afetados. Os animais saem em grupos grandes e atacam as pessoas, as devoram vivas, todos estão em pânico. Mesmo aqueles que se recusavam a aceitar a teoria louca de Oz agora precisam reconhecer. Em Nova York, centenas de ratos saem às ruas e devoram quem eles veem pela frente, não sobrando nem os ossos. Na Índia, leopardos invadem prédios e atacam as pessoas. Cães se voltam conta seus donos e os devoram, até a filha da presidente dos EUA é devorada por seu animalzinho de estimação. A sociedade está um caos. Por quê? O que está acontecendo? Uma doença? Um vírus? Hidrofobia? Todos os animais parecem ter enlouquecido. Oz precisa descobrir a resposta para essas perguntas antes que seja tarde demais para a humanidade.

A faculdade reduziu demais o meu tempo de leitura. Antes eu lia 6, 7 livros por mês, agora eu fico contente se conseguir ler 3. Mas esse livro... Esse livro eu li em 3 dias. TRÊS! Há muito tempo eu não fazia isso. Não consegui parar de ler. Eu precisava descobrir o que estava acontecendo com os animais, o que ia acontecer com a humanidade. No começo eu não levei o CAH muito a sério, não achei que fosse uma coisa tão perigosa. Afinal, os animais têm dentes afiados e raiva irracional, nós temos armas e um intelecto impressionante. Eu estava bem errada. Pelas primeiras páginas, eu achei que esse fosse ser um daqueles livros que a gente lê empurrado, só para não dizer que abandonou. Porém, o livro me surpreendeu.

O livro mostra como os animais podem ser realmente cruéis quando guiados por seus instintos mais primitivos. Fui dormir nesse dia com medo, pensando que isso podia acontecer de verdade e meu papagaio me atacaria (risos), eu tenho a imaginação muito fértil. O livro nos faz refletir sobre o nosso mundo e nossas ações. Não vou dizer porque os animais atacam as pessoas, só vou dizer que isso me fez pensar bastante e fiquei até um pouco triste pelo fato de que, assim como no livro, as coisas podem tomar um rumo catastrófico e as pessoas podem nem notar. O livro é muito bom, a leitura flui e deixa a curiosidade aguçada, pretendo me aventurar por outros livros do autor. Está recomendadíssimo.